Olá! Hoje veremos a onfalocele e como se difere da gastrosquise.
Onfalocele é um defeito na parede abdominal, na inserção do
cordão umbilical, com herniação de órgãos abdominais. O defeito é caracterizado
pela ausência dos músculos abdominais, fáscia e pele e, coberto por uma
membrana avascular, forma uma hérnia. O saco herniado é formado por uma camada
interna (peritônio) e uma externa (membrana amniótica) e entre as duas existe
uma fina camada de geléia de Wharton.
A migração das alças intestinais no cordão umbilical ocorre
normalmente entre 8 e 12 semanas de gestação e falha no retorno das alças
intestinais para a cavidade abdominal resulta na formação de onfaloceles (
MUSTAFÁ et al, 2001).
A onfalocele é uma patologia de fácil diagnóstico no
pré-natal, necessitando de conhecimento científico por parte do profissional de
saúde, adequada interpretação de exames ultra cenográficos para um correto
manejo obstétrico, permitindo o encaminhamento da gestante para um serviço de
saúde especializado, capaz de oferecer suporte a este recém-nascido de risco,
de forma a melhorar seu prognóstico.
O tratamento cirúrgico das onfaloceles gigantes, descritas
por Hatch como sendoaquelas com mais de 7cm de diâmetro, contendo grande parte
das alças intestinais e parte do fígado, ainda permanece motivo de controvérsia
(PRIETO et al, 2002). A aplicação de uma lâmina de silicone envolvendo o
conteúdo da onfalocele, com a redução progressiva da mesma, tornou-se o
método de escolha para o tratamento das onfaloceles gigantes íntegras. Tal
procedimento possibilita a redução do conteúdo da onfalocele sem que se aumente
em demasia a pressão intra-abdominal, evitando se assim a ocorrência de
insuficiência respiratória e distúrbios circulatórios viscerais.
Todavia, a deiscência na linha de sutura da prótese, bem como
a peritonite, é intercorrência responsável por níveis não desprezíveis de
morbidade e mortalidade. Em conseqüência destas complicações, ainda
recentemente, alguns autores sugeriram a volta ao passado, propondo o emprego
de métodos conservadores, como a escarificação da membrana com sais de prata,
protelando-se o fechamento definitivo da malformação para um segundo tempo
(PRIETO et al, 2002).
O problema maior no tratamento das onfaloceles decorre
do comprometimento do retorno venoso secundário à torção das veias
supra-hepáticas e da veia cava inferior, fato este que pode ocorrer quando do
reposicionamento do fígado na cavidade abdominal. Outros problemas correlatos
são: a diminuição do fluxo sangüíneo visceral, a oligúria e a insuficiência respiratória
que geralmente ocorre quando a pressão intra-abdominal ultrapassa 20 a 25cm de
água – síndrome compartimental. (MUSTAFÁ et al, 2001).
REFERÊNCIAS
MUSTAFÁ Samir
Aldalla, et al. Onfalocele: Prognóstico Fetal em 51 Casos com Diagnóstico Pré- natal.
Rev. Bras. Ginecol. Obstet. vol.23 no.1 Rio de Janeiro Jan./Feb. 2001. Acessado
em 25 de ago de 2014. Disponível em:< http://www.scielo.br/pdf/rbgo/v23n1/4043.pdf
>.PRIETO, Carlos Eduardo et al. Uso primário da membrana amniótica na redução de onfaloceles gigantesRev. Col. Bras. Cir. vol.29 no.4 Rio de Janeiro July/Aug. 2002. Acessado em 25 de ago de 2014. Disponível em:< http://www.scielo.br/pdf/rcbc/v29n4/05.pdf >.
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